domingo, 15 de abril de 2012

XV

06.35.
De volta a Nova Iorque.
Da janela do pequeno jacto privado nada mais se via senão nuvens brancas e um grande sol vermelho a emergir, timidamente. Sasha dormia profundamente, deitada na cadeira a meu lado, refastelada, por ter uma cadeira só para si. Sim, uma cadeira só para si, pois John não tinha vindo comigo. Londres tinha ficado para trás há muito tempo atrás, assim como John. A verdade é que eu estou completamente devastada, apesar de tentar a todo o custo manter-me firme e concentrar-me no que é mais importante para mim: o meu trabalho. Sabia que John seria despedido assim que chegasse a Nova Iorque, isto se ele alguma vez voltasse! O meu pai não iria perdoar que ele tivesse recuado nas suas obrigações daquela maneira e, desta vez, eu achava isso uma decisão coerente, não tanto por ele ter faltado ao seu dever mas sim pelas circunstâncias em que ele fez isso, apesar de o meu pai nunca ir saber os verdadeiros motivos.
Uma leve turbulência acordou Sasha em sobressalto, obrigando-me a aconchega-la para que ela fosse descansada na hora e meia de viagem que ainda tínhamos pela frente. Encostei a cabeça ao vidro do jacto, olhando para fora, sem rumo, sem brilho. Fechei os olhos e, involuntariamente, chegou ao meu pensamento o que tinha acontecido no dia anterior.

No dia anterior
- Ok! – Olhei para ambos, sem saber o que dizer. Karen continuava com a mão no peito, ainda chocada com a presença de John – Já percebi! – Sorri para mim mesma, ao constatar o mais doloroso e evidente dos cenários.

- John? O que é que estás a fazer aqui? – Ela olhou para ele e depois para mim, procurando respostas. Respostas que eu não lhe podia dar.

- Bem… - Encolhi os ombros, ao mesmo tempo que me debruçava e acolhia Sasha no meu colo – Eu vou deixar-vos falar, devem estar a precisar.

Aproximei-me da porta, sem olhar para trás, mas a voz de John fez-me recuar.

- Maria! – Ele aproximou-se de mim, saindo comigo para o lado de fora e encostando a porta – Nós temos mesmo de falar! – Ele levou ambas as mãos à cabeça e puxou os cabelos para trás num misto de pânico e incredulidade – Tu trabalhas com a Karen?

- Como deves calcular, existem muitas Karens neste mundo John. Eu nunca poderia adivinhar que ela era…

Ele pegou em ambas as minhas as minhas mãos e envolveu-as nas suas, com o seu toque mágico, de deixar qualquer um ficar com pele de galinha. Fitou-me profundamente, com os seus olhos nitidamente azuis mas, ao invés daquilo que era de esperar, aquele olhar não me tranquilizou. Demonstrou-me um certo pânico e indecisão, como se ele não soubesse o que fazer nem o que dizer, como se apenas quisesse sair dali e escapar a todas as situações constrangedoras. Eu também queria que aquela Karen não fosse a “sua” Karen, mas isso era algo que não podia pedir, muito menos concretizar.

- Não sei o que fazer, Maria…

Perante esta sua indecisão e confusão, bem latente na sua voz e no seu olhar, os meus olhos começaram a inundar-se gradualmente. Não foi uma coisa que fosse facilmente denunciável e, por isso, consegui conter aquelas lágrimas bem guardadas para que elas não caíssem naquele momento.

- Pois… - Devagar, libertei as minhas mãos do aconchego das suas e esbocei um sorriso de resignação, tentando mostrar-me compreensiva, coisa que não correspondia à verdade – Tens muito tempo para falar com ela, resolver as vossas coisas. Eu, realmente, não sou nada boa nestas coisas – Baixei o olhar pois começava a ficar nervosa – Eu tenho de ir, John, o dever chama – Apontei para o corredor, onde seguiria até chegar à sala da sessão fotográfica.

Ele envolveu a minha face com as suas mãos, obrigando-me a encara-lo, o que não fui capaz de fazer pois fechei automaticamente os olhos. Não podia negar que estava magoada mas também não podia agir como se aquilo fosse um desrespeito para comigo, pois nós não mantínhamos qualquer tipo de relação – apenas uma química infalível que cada vez mais assumia contornos apaixonantes. Ele aproximou a sua boca da minha pois senti a sua respiração a escassos centímetros mas acabou por recuar, ao perceber que aquilo não era a coisa certa a fazer. Ao inverso disso, acabou por aproxima-la da minha testa, dando-me um beijo leve, mas sentido, como se de uma despedida se tratasse.
**

- Bem, Maria, posso dizer que o resultado final ficou acima das expectativas! – Diana, editora fotográfica da revista, mexia no computador à sua frente, sem tirar os olhos do ecrã – A Anne vai ficar muito contente! – Os seus olhos rodavam de um lado para a outro e tudo o que ouvia era os cliques incessantes do rato – O resto já está tudo tratado com o teu pai e as papeladas todas ficaram à responsabilidade da Megan! – Ela olhou para mim, apanhando-me completamente distraída – Está tudo bem?

Anuí, esboçando um sorriso custoso. Endireitei-me na cadeira, ajeitando o minha camisa com riscas a imitar o padrão naval e remexendo na minha mala castanha Fendi. Ela anuiu, não muito convencida e só voltou a falar quando a impressora deu sinal de começar a impressão.

- Ah, aqui está! – Ela esperou que o papel saísse e passou-mo para as mãos, mostrando-me as duas fotografias preteridas por Anne, das quais uma seria a capa depois de uma análise mais pormenorizada.
- Está perfeita! – Quase não olhei com atenção pois a minha cabeça estava noutras paragens, mas mostrei-me muito entusiasmada com o resultado final.

- Bem… - Ela fitou-me, muito pouco convencida com o meu estado de espírito – Então acho que está tudo! – Ela levantou-se, estendendo-me a mão que me apressei a apertar – Aquando da edição entraremos em contacto contigo.

- Muito obrigado! – Esbocei o sorriso mais cordial que consegui naquele momento e lancei-me porta fora, na expectativa de encontrar John à minha espera.

Mas as minhas expectativas saíram goradas. John não estava à minha espera, nem perto do carro que nos levaria de volta para Nothing Hill. Ao invés, à saída do edifício fui interpelada por uma rapariga que me deixou umas chaves, as chaves que constatei serem do carro. Juntamente com a chave, estava uma nota escrita num papel de nota amarelo que dizia “Call you later!”, sem assinatura, mas que eu sabia ser de John. Olhei o papel não uma, mas duas, três, quatro vezes e só depois de interiorizar o que aquilo significava é que me encaminhei para o carro, não sem antes me informar do paradeiro de Sasha, que a rapariga me disse ter sido deixada em casa.
Conduzi todo o caminho a tentar conter a minha fúria, a tentar abstrair-me da situação, tentando mentalizar-me de que ele estaria em casa, normal como sempre, depois de uma conversa esclarecedora e decisiva com a ex-namorada que trabalhava comigo há já algum tempo, sem eu saber de quem se tratava. Assim que cheguei à porta de casa, precipitei-me do carro, tentando não dar nas vistas e abri a porta, acedendo todas as luzes, que estavam desligadas. Uns passinhos dissimulados emitiram um som de proximidade e Sasha espreitou vinda do quarto.

- Ohh, minha linda! – Peguei nela ao colo, aconchegando-a no calor do meu abraço – Onde está o John?

Entrei na cozinha mas nem sinal dele, assim como não havia sinal dele na sala, no quarto e na casa de banho, o que confirmou o pior dos meus medos: ele não estava. Corri até à minha mala e procurei o telemóvel no meio de todos os meus pertences, até o encontrar e me apressar a marcar o número de John, disposta a conversar com ele sem qualquer tipo de desculpas, directa e friamente pois aquela situação estava a consumir-me por dentro.

- Estou? John? – Sabia que tinham atendido, mas do outro lado não surgiu nenhuma voz – John, és tu? Onde estás? Temos de fazer a mala, partimos daqui a duas horas!

Um barulho parecido com o som de uma interferência, atrapalhou a chamada, obrigando-me a afastar o telemóvel dos ouvidos, pois o barulho tornou-se gradualmente ensurdecedor.

- Maria? – Quando ouvi a voz dele, seguida de algum silêncio, pus o telemóvel em alta voz, bem mais aliviada.

- John! – Respirei fundo, tirando de cima de mim um peso enorme – Fogo, pensei que não ias atender! Onde estás? Precisamos de ir.

Ele hesitou do outro lado e o meu coração estancou.

- Maria… Eu não vou…

- Não vais? Como assim? – Comecei a rir-me, talvez por achar aquela situação absurda ou talvez porque queria a todo o custo convencer-me de que tudo aquilo era irreal – Tu tens de ir comigo para Nova Iorque, não podes fazer as coisas assim.

- Eu sei, eu sei… - Do outro lado, nada mais se ouviu senão a sua respiração, como se ele estivesse mergulhado em pensamentos, como se estivesse a escolher as palavras certas para o que ia dizer de seguida – Eu tenho assuntos pendentes aqui, Maria! É uma coisa muito complicada, eu não te posso explicar desta maneira.

- Ahn? – “Assuntos pendentes chamados Karen?”. Contive-me, procurando perceber se o que se estava a passar correspondia àquilo que eu pensava – Isto é tudo por causa da Karen? John tiveram mais que tempo suficiente para conversarem! Tu tens um trabalho, tu não podes deixar as coisas assim – Inconscientemente, o meu tom de voz começou a subir – Tens noção que o meu pai não vai tolerar isto, não tens? Podes ao menos dizer-me o que raio se está a passar?

- MARIA! – Ele interrompeu-me, gritando o meu nome em sinal de exaustão, fazendo-me estremecer com tamanha brutidade – Chega! São assuntos pessoais, não é nada com a Karen… Eu vou falar com o teu pai e explicar-lhe tudo, se ele não quiser compreender, então o problema não é meu!

- Tu és tão…

- Cuidado com o que vais dizer! – Ele parecia-me cada vez mais furioso, mas o facto de ele se estar a mostrar assim ultrapassava-me por completo. Eu era a única que devia estar furiosa, não ele! E, pelos vistos, eu era a única que estava a ficar apaixonada, não ele.

Num acto irreflectido de fúria premi o botão vermelho e desliguei a chamada, apesar de ainda haver muito por dizer. Mas, apesar disso, o mais importante estava dito – John não iria comigo para Nova Iorque e, embora bem tenha tentando desvalorizar o assunto de Karen, estava claro que ele tinha ficado por causa dela, só restava saber o que realmente teria acontecido.
**

- Pai! – Esbocei um sorriso custoso, pois as minhas pálpebras pesavam e tudo o que mais queria era uma boa noite de sono – Como está?

O meu pai sorriu-me ligeiramente, o que era normal, pois ele não era muito dado a demonstrações de afecto e entusiasmo.

- Estou óptimo e tu? – Ele olhou para o relógio, apercebendo-se de que já era tarde em Nova Iorque – Ainda bem que apanhaste este avião de madrugada, assim tens muito tempo para descansar.

Pousei a minha mala em cima do sofá e encostei-me nele, deixando-me cair por completo. Estava exausta.

- É… Bem preciso!

- Pois bem, filha – Ele sentou-se no sofá em frente, preparando-se para começar a disparar. Bem sabia como ele era – Recebi uma chamada da Anne que disse que ficou muito satisfeita com a sessão fotográfica… - Ele sorriu, numa curta demonstração de orgulho – O que me preocupa é que foi-me dito que tu não estarias muito bem e que, inclusive, te viram a chorar no corredor. Passa-se alguma coisa que deva saber?

Ele olhou-me com um olhar inquisidor, deixando-me sem saída.

- Não é nada de especial, pai! – Tentei dar à volta ao assunto, pois não queria de maneira nenhuma que o meu pai soubesse os verdadeiros motivos do meu estado lastimável, para além de que nós nunca tínhamos falado desse tipo de assuntos; o meu pai não era muito dado a conversas pessoais – Uns problemas que já estão resolvidos!

- Tem a ver com o John, não tem?

“Bingo!”
Baixei os olhos, pois não queria encara-lo na altura em que tivesse de mentir. No entanto, eu sabia que ele dotado de uma perspicácia fora do normal e nem sequer tive tempo de abrir a boca para começar a elaborar a minha mentira.

- Não precisas de responder, eu sei tudo o que se passou – Ele recostou-se no sofá, esticando os braços, cada um para seu lado, por todo o comprimento das almofadas.

Foi como se um míssil me tivesse atingido. O meu coração murchou e senti um fio de nervosismo percorrer o meu corpo, deixando-me estática, incólume.

- Não precisas de dizer nada, Maria, eu sabia que não me ias contar nada… - A sua voz começou a assumir contornos de compreensão o que me tranquilizou, de certa forma – Só queria certificar-me de que é tudo verdade.

Anuí, sem nunca o olhar, fingindo estar concentrada nas minhas unhas, cada vez maiores.

- É verdade? – Ele resfolegou – Bem, então assim já temos de conversar!

- Pai! – Levantei-me de um salto, interrompendo-lhe o discurso que sabia estar para breve – Eu não tenho disposição para falar disto consigo! Não se passou nada entre nós nem se vai passar, pode ficar descansado. O John, acima de tudo, era meu segurança e ele falhou nas suas responsabilidades… - Encaminhei-me para as escadas que me levariam ao meu quarto, sem nunca deixar de falar – Está na altura de fazer alguma coisa a respeito disso!

- Eu sabia que não devia tê-lo contratado! – Ele desabafou para si próprio, demonstrando um certo sentimento de culpa por ter contribuído para o culminar daquela situação – Maria… Gostava que viesses aqui quando falo contigo.

Alardeei, mas não lutei contra ele pois sabia que mais tarde ou mais cedo teríamos de ter esta conversa. Voltei a aproximar-me da sala e apoiei-me no sofá, mostrando-me pronta para ouvir.

- O John ligou-me e foi ele que me contou tudo!

- O QUÊ? – Arregalei os olhos, não querendo acreditar naquela revelação.

- MARIA! – Ele levantou a voz, furioso – Porra! Sabes que odeio que me interrompas! – Baixei a cabeça, deixando-o continuar – Ele contou-me que vocês… - Ele hesitou pois sabia que não queria dizer aquela palavra. O certo é que eu também não a queria ouvir – Pronto, não interessa. A verdade é que não esperava isso de ti!

- Mas pai…

Ele bateu com a mão na mesa de centro, fazendo-me estremecer.

- Não me interrompas! – Ele respirou fundo, prosseguindo – Eu não esperava isto de ti! Tu sabes que o que é profissional tem de se manter profissional… Imagina que esta história saía para a imprensa? Podes dizer-me como irias explicar isto? Maria… - Ele recuperou o fôlego e baixou a voz, como se nada mais lhe custasse do que o que ia dizer – Isto podia acabar com a tua carreira! Sabes como são as pessoas neste ramo… Não estou a dizer que é um crime, vocês são jovens, não sabem o que fazem nem as consequências que isso vos poderá trazer mas é uma questão de responsabilidade, de ética profissional, bolas! É muito difícil entender isso?

Sabia que ele tinha razão em tudo aquilo que tinha dito, assim como sabia que ele iria exagerar na projecção das suas palavras. Mas a verdade é que uma coisa não invalida a outra. Mas neste momento, e apesar de se notar a léguas a fúria do meu pai, só conseguia indagar por que motivo John lhe tinha contado.

- Ok pai, eu já percebi! Não sou uma criança… 

- Mas pareces Maria, mas pareces… - Ele levantou-se, ligeiramente mais calmo e pegou no seu casaco, que tinha colocado no braço do sofá – Espero que isto te sirva de lição! E se queres saber fiquei bastante surpreendido com o John por ele me ter contado a verdade… Assim como fiquei desiludido por ele não ter vindo contigo! – Ele aproximou-se da porta, sem voltar a olhar para mim – Ele amanhã vai ao meu gabinete para discutirmos a rescisão do contracto. Tenho muita pena mas é pelo melhor!

A porta fechou-se e o barulho que isso fez ecoou na minha cabeça, assim como toda a bagunça que estava acumulada. Deixei-me cair no sofá, num completo estado de exaustão a todos os níveis e as lágrimas começaram a eclodir, com muita força, não me dando hipótese de conter a minha frustração, desilusão e tristeza. Estava sozinha, não havia problema nenhum em libertar-me por uns momentos, aliviar-me, deixar sair a tensão que há tanto tempo estava acumulada mas que precisava urgentemente de sair. Parecia que John já estava a percorrer outro caminho… Aparentemente, um que não é paralelo ao meu.

No dia seguinte
“A drop in the ocean, a change in the weather…”

- Estou?

Ainda não tinha aberto os olhos mas o meu sono foi interrompido pelo toque do meu telemóvel, que atendi quase por inércia.

- Queridaaaaa! – A voz alegre da minha mãe fez-se ouvir do outro lado, deixando-me com um sorriso nos lábios – Como está a minha filha?

- Estou bem mãe e tu? Já voltaste de férias com o teu namorado misterioso? – Espreguicei-me levemente, começando a preparar-me mentalmente para o novo dia.

- Sim! Já voltei de férias mas iniciei umas novas! Adivinha onde estou? – Uma ventania forte fez alguma interferência com a chamada, dando-me a entender que ela estaria num sítio ventoso.

- Em algum sítio com muito vento!

Ela riu-se, divertida.

- Então olha pela janela, querida!

Aquele comentário despertou-me. Levantei-me lentamente e precipitei-me para a janela, abrindo as persianas de uma vez e contemplando o tempo que fazia lá fora. Os toldos dos cafés lá em baixo abanavam violentamente, mas, à parte disso, não havia mais nada que me desse indícios de estar um tempo ventoso.

- Mãe, tu estás em Nova Iorque? – Inquiri, sem tirar os olhos da janela.

Ela riu-se, como que confirmando o que eu tinha acabado de dizer.

- Cheguei mesmo agora linda! E trouxe o Philipo!

- Philipo? Quem é esse?

- O meu namorado, querida. Ainda não o conheceste!

“Ah o teu namorado vinte anos mais novo, certo?”, Pensei ironicamente, depreciando essa situação. A minha mãe era jovem, pelo menos bastante jovem para uma mulher com dois filhos, mas isso não significava que ela podia andar metida com jovens da idade do meu irmão, como se de uma miúda de dezoito anos se tratasse. Mas é como dizem, quando o espirito é novo, a idade é apenas um número. E ela é uma pessoa muito nova de espírito, pelo que é preciso dar o desconto.

- Hmm… - Torci o nariz ao pensar que iria conhece-lo: isso implicava um relacionamento mais sério do que eu antecipava – Estou ansiosa por conhece-lo, mãe. Apareçam para almoçar, vou encomendar alguma comida. Algum requerimento em particular?

Ela hesitou, talvez porque estivesse a pensar em alguma coisa que queria pedir-me.

- Sim, querida, já agora… Uma garrafa de vinho do Porto e… - Ela voltou a hesitar, apesar de eu já saber o motivo dessa hesitação – Não digas nada ao teu pai, por favor.

- Não digo.

Desliguei o telemóvel, enquanto fazia uma lista mental das coisas que tinha de fazer antes da sua chegada: tinha de encomendar o almoço, pedir à Meg uma garrafa de vinho do Porto – que o meu pai tinha guardada no escritório – telefonar a Garrett para marcarmos um novo horário de pilates e body pump e escolher uma roupa aceitável para receber o novo convidado, sem incluir Olivia, pois seria tudo muito em cima da hora. Ficava feliz que a minha mãe tivesse tomado a iniciativa de me vir visitar mas um pouco apreensiva por conhecer o seu novo namorado, pois eram sempre questões familiares muito complicadas e constrangedoras. Mas o melhor de tudo era que um pouco de azáfama e distração na minha rotina diária iria fazer-me bem, pois manteria a minha cabeça afastada do meu maior problema: John.
**

Já tinha falado com Garrett e com Meg, que iria enviar-me a garrafa o mais rápido possível. O almoço era servido ao domicílio pelo que teria exactamente uma hora para me despachar e aprontar para receber os inesperados convidados.
Sabia que lá fora estava frio, aliás, o vento não deixava margem para dúvidas e para que todos pudéssemos estar à vontade, liguei o aquecimento central, que permitiria que vestisse uma roupa mais leve e agradável. Fui até ao meu armário e depois de vasculhar atentamente, decidi-me por um vestido cor-de-rosa em seda, que eu já tinha há uns bons anos mas que não tinha qualquer memória da última vez que o teria usado. Experimentei-o e constatei que me assentava bem, pelo que decidi usa-lo. Apanhei o meu cabelo num rabo-de-cavalo bem repuxado e comecei a aplicar uma maquilhagem leve quando a campainha tocou. 
Olhei para o relógio, pensando tratar-se da minha mãe mas pareceu-me tudo muito estranho porque ainda não eram horas. E, normalmente, a minha mãe chegava sempre atrasada.
Desci as escadas, ainda descalça e apenas com um risco preto a delinear-me os olhos. Abri a porta, pois não tinha hipótese de verificar quem estaria do outro lado e a minha surpresa foi geral.

- LIAM?

Joguei-me nos seus braços, sem lhe dar tempo de falar. Apenas queria sentir um abraço apertado de alguém que eu sabia que nunca me ia deixar ficar mal, o meu irmão.

- Oh meu Deus, tu estás com tão bom aspecto! – Ao afastar-me dele, fiquei a mira-lo durante uns instantes, antes de lhe dar um leve beijo nos lábios, como era costume – Não esperava que viesses! – Escancarei a porta, para que ele entrasse.

- Honey, eu sou a melhor parte da tua surpresa! – Ele pousou a sua mochila no chão da cozinha, antes de se encaminhar para o sofá – Pedi à mãe para não dizer nada.

- Estou tão contente por te ver! – Fechei a porta e caminhei lentamente até junto de si, aconchegando-me no sofá junto dele – Quanto tempo vais ficar?

- Tempo indefinido… - Ele ligou a televisão, começando o habitual zapping – A verdade maninha é que… - Ele olhou para mim, esboçando um sorriso divertido – Parece que estou numa relação séria com uma pessoa daqui!

Abri a boca, em sinal de incredulidade.

- Não acredito! Estás a gozar, certo? – Franzi a testa, pois aquela notícia era deveras estranha – Tens uma namorada?

- Qual é Maria? A falares assim até parece que nunca tive uma namorada…

Ele parecia bastante ofendido com a minha surpresa, como tal foi-se impossível esconder o meu divertimento em relação ao assunto.

- Quem é ela então? Vamos conhecê-la?

- Nãooo! – Ele olhou para mim, fazendo ar de enjoado – Achas que a vou apresentar à mãe? O namorado dela é mais novo que a minha namorada! – Ele parou a televisão no canal desportivo que ele tanto gostava – Como é que isso é possível?!

O tom sarcástico com que ele proferiu esta pergunta retórica fez-me rir. Mas só depois é que interiorizei a gravidade da situação. Então, o namorado da minha mãe que iria conhecer hoje é mais novo que a namorada do meu irmão… Só de pensar nisso, já percebia o que era ter uma família de gente doida – a começar pela minha mãe.

- Ok, isso é estranho! – Tentei não pensar demasiado no assunto pois não queria tirar conclusões precipitadas – Mas estou tão feliz por ti! Posso dar-te um abraço?

Ele sorriu-me com ternura e abriu-me os braços, dando-me um abraço carinhoso, que acabou por ser interrompido pelo som da campainha… Novamente.

- Deve ser a mãe! – Ele continuou sentado no sofá, sem tirar os olhos da televisão. Claramente, aquela tinha sido a minha deixa.

Fui até à porta, pé-ante-pé e abri-a, com um sorriso nos lábios, convicta de que se tratava da minha mãe e do meu “padrasto” – abanei a cabeça só de pensar nisso.
A porta abriu-se lentamente e ao contrário do que esperava, a pessoa do outro lado, era a última pessoa que eu queria ver naquele momento.
John, claro!
Ele tinha o braço apoiado na ombreira da porta e estava incrivelmente bonito, aliás, como sempre estava. Olhei para ele, não querendo acreditar e num acto irreflexo da minha parte, preparei-me para lhe fechar a porta, sem lhe dizer uma única palavra que fosse. No entanto, a minha tentativa saiu falhada. John colocou o pé na trajectória da porta, não permitindo que a mesma avançasse e não me deixando outra hipótese senão encara-lo. Olhei para Liam, que estava entretido a ver o seu canal preferido e saí para o lado de fora do apartamento, encostando a porta.

- O que é que tu queres? – Encolhi os ombros, dando-lhe a entender que não sabia o que se estava a passar ali.

- Ok, eu sei que deves estar a achar que tenho uma grande cara de pau para aparecer aqui agora – Acenei afirmativamente mas ele não parou – Eu sinto que te devo uma explicação.

- Oh John – Abanei a cabeça – Fica lá com as tuas explicações, eu não preciso de nada teu!

- Maria – Ele agarrou no meu braço, de forma suave, fazendo a minha pele eclodir em pele de galinha.

- Não me toques! – Sacudi o seu toque e afastei-me dele, fazendo a melhor cara de fúria e raiva que consegui, o que não foi difícil tendo em conta o meu estado de espírito – Tu não devias estar aqui, por isso, por favor, dá meia volta e sai!

Ele encarou-me e suspirou mas não se deu por derrotado e continuou a falar.

- Ouve, eu sei que não tive bem…

- Tu nunca estiveste bem John! – A minha voz assumiu outro tom e eu comecei a gesticular fortemente – Chega de desculpas e chega de mentiras! 

- Deixa-me falar, porra! – A voz dele sobrepôs-se à minha e fui obrigada a calar-me – Eu não saio daqui sem falar contigo!

- Maria! – Liam gritou pelo meu nome e a sua voz começou a notar-se cada vez mais perto – Maria… - Ele abriu a porta, deparando-se comigo e com John – Oh! John! – Ele esticou-lhe a mão, dando-lhe um leve aperto e parecia bastante contente por o estar a ver novamente.

- Então, Liam, como estás?

- Estou bem, estou bem! Queres entrar? – Liam voltou a afastar-se em direcção à cozinha, deixando a porta aberta – Aposto que a Maria tem aqui umas cervejas para nós!

Ele olhou para mim, como que me pedindo autorização, autorização essa que não foi concedida. Olhei-o furiosa, não querendo acreditar que ele me ia fazer actuar em frente à minha família, como se nada se passasse.

- Então, John? – Liam voltou a chamar por ele, obrigando-o a entrar.

Fiquei do lado de fora, a olhar para as paredes do prédio, não querendo acreditar no que estava a acontecer. Parecia que John ia estar sempre a esbarrar comigo, em todos os momentos da minha vida, mesmo que eu o quisesse esquecer a todo o custo. Respirei fundo, preparando-me para ser o mais delicada possível e expulsa-lo de casa assim que a primeira oportunidade surgisse. Ele não podia fazer isto comigo!
Fui encontra-los no sofá, de cerveja na mão, a assistir a um jogo de futebol, que eu sabia que John não percebia nada.

- Ah Maria! – Liam chamou-me, obrigando-me a ir ao encontro deles – O John trouxe-nos isto! – Ele levantou uma garrafa de vinho do Porto – Põe no frigorífico!

Ele passou-me a garrafa, que eu fui logo pôr no frigorífico, ficando na cozinha para poder ouvir o que eles estavam a conversar.

- Não acredito que não gostas de futebol, meu! – Ao que parecia, Liam já tinha descoberto – A Maria é doida por futebol! Devias vê-la quando era pequena! Vibrava mesmo com isto.

- Ok, Liam, já chega! – Gritei-lhe da cozinha, pois já sabia o tipo de histórias que ele ia contar: que eu chorava quando o Benfica perdia, que uma vez chorei quando vi o Nuno Gomes num centro comercial e ele não me deu um autógrafo e que na escola as minhas amigas punham-me de parte porque não sabia falar de outra coisa… Tão típico do meu irmão – Olha, Liam, porque é que não vais lá acima pôr as coisas no quarto? A Sasha deve ter ficado presa no meu quarto, vai lá vê-la…

Achei que a dica tinha sido demasiado forte para que ele a percebesse, mas ele manteve-se sentado no sofá, sem me dar ouvidos.

- Liam! – Fui até à sala, para que ele me pudesse ver – Liam, eu preciso de falar com o John, importas-te de sair?

Ele pôs o jogo em pausa, olhando-me, surpreendido. Levantou-se, sem dizer uma única palavra e deu uma leve palmada no ombro de John, segredando-lhe qualquer coisa ao ouvido, que me foi impossível de ouvir. Subiu as escadas sem olhar para trás e dei algum tempo para que ele entrasse no quarto, para que não nos pudesse ouvir.

- Tu tens de sair agora, John! A minha mãe tá a chegar e eu quero estar pronta para recebe-la… - Apontei-lhe o caminho de saída – Não quero que ela te veja!

Ele levantou-se, calmamente, como se nunca se tivesse passado nada e como se aquilo fosse um encontro casual de duas pessoas que nunca tiveram problemas por resolver.

- Eu percebo que não queiras falar comigo…

- Fogo John, tu contaste tudo ao meu pai! – Esbocei um sorriso de incredulidade – Porque é que o fizeste? O que é que tu queres de mim? – Ele deu dois passos em frente, obrigando-me a recuar para me manter o mais afastada possível dele.

- Eu contei-lhe tudo porque senti-me mal com o que se estava a passar! Eu não quero ser teu segurança, Maria… Não depois de tudo o que se passou – A sua voz assumiu uma conotação de culpa e alguma dor, tocando-me por instantes – Mas isso é algo com quem não tens de te preocupar, já me despedi e ficou tudo resolvido comigo e com o teu pai. 

Anuí, tentando não mostrar interesse no que ele dizia para que a conversa não se prolongasse. Mas ao mesmo tempo, tudo o que queria era que ele ficasse ali. John exercia esse poder sobre mim.

- E agora, o que pretendes fazer?

- Não sei! – Ele suspirou com pesar – Talvez voltar para Surrey… Não há nada que me prenda aqui! – Ele encolheu os ombros, mostrando uma quota-parte de desilusão no seu rosto.

- Fazes bem! A tua avó precisa de ti! – Tentei mostrar-me forte e ser o mais fria possível e talvez assim conseguir que as coisas me custassem menos – E a Karen também.

Proclamei esta última frase entre dentes, como que desabafando para comigo própria mas ele acabou por ouvi-la. Voltou a avançar mas estancou ao perceber que eu não queria qualquer contacto com ele.

- Eu não fiquei por causa da Karen, Maria! Acredites ou não, é…

- Por favor, John! Não me atires areia para os olhos! – Circundei o sofá e sentei-me nele pois o nervosismo já começava a tomar conta de mim e eu não queria que o ritmo frenético que os membros iam começar a denotar fosse notado por John – Qualquer coisa que digas não vai servir de nada para mim! Simplesmente era demasiada coincidência!

Ele jogou as mãos à cabeça, começando a entrar em pânico. Notei um desespero que nunca tinha visto nele. Ele respirou fundo e veio sentar-se perto de mim mas a uma distância considerável.

- A minha avó está doente!

Ele proferiu esta afirmação de forma pausada e calma como se já a tivesse estudado na sua cabeça vezes e vezes sem conta.

- Ela está doente… - O nosso olhar cruzou-se e eu notei no seu uma lividez suspeita, como se as lágrimas estivessem prestes a eclodir – O que é que querias que fizesse? Eu estive com ela… Nós estivemos com ela – Ele fez a correcção, acentuando o “nós” – E ela não disse nada! Tive de saber as coisas pela Karen, que eu julguei nunca mais voltar a ver. Eu tive de ir falar com ela Maria, saber como ela está, o que era preciso…

Ao ser-me revelado o que realmente se passou não pude deixar de me sentir envergonhada. Envergonhada porque percebi que tinha agido de forma egoísta e imprudente e porque não o tinha dado hipótese de se explicar.
Sabia o quanto ele estava a lutar por conter aquelas lágrimas. A avó era a única pessoa da família que ele conhecia e com a qual ele tinha laços familiares. Não devia ser fácil saber que alguém que se ama está doente – eu não conseguia imaginar se algum dos meus estivesse nessa situação. Aproximei-me um pouco dele e pousei a minha mãe em cima da sua, procurando conforta-lo.

- Desculpa! – Procurei achar o seu olhar mas ele evitou-o – Eu não fazia ideia, John! Mas está tudo bem com ela? Que tipo de doença é?

Ele abanou a cabeça e uma lágrima oportuna escorreu pela sua face.

- Cancro da mama.

Cancro da mama. Ao processar esta informação, tudo o que consegui expressar foi surpresa mas acima de tudo, muita compaixão. Não sabia o que dizer, sempre tinha achado que nestes momentos não há nada que se possa dizer, apenas se pode agir de forma a ajudar na partilha da dor. John estava sozinho, ele não tinha ninguém que o ajudasse nesta fase e eu sentia-me na obrigação de lhe mostrar o meu apoio e a minha ajuda no que fosse preciso.
Apertei-lhe a mão com força e ele olhou-me, com os olhos carregados de lágrimas que ele estava a tentar conter. Queria abraça-lo, para que ele sentisse que não estava sozinho mas o meu movimento foi interrompido pelo toque da campainha.

- EU VOU! – Liam desceu as escadas quase a correr e chegou à porta num ápice.

Ouvi a voz da minha mãe, num português que me era tão familiar e percebi que já era tarde demais para John sair. Mas também não queria que a minha mãe começasse com os típicos histerismos que ela sempre fazia quando me via acompanhada por uma presença masculina em alguma revista.

- Maria, minha linda! – Ela chegou à sala e abriu os braços assim que me viu. Há algum tempo que não via a minha mãe e pude notar, automaticamente, que ela estava aparentemente mais jovem, talvez tivesse feito alguma operação plástica, ou algo do género. O seu estilo, no entanto, mantinha-se fiel: sempre de saia-tubo e de camisa colocada por dentro, neste caso com uns collants pretos opacos e uns sapatos de salto sem plataforma, como era habitual nela. O cabelo estava ligeiramente mais curto e mais claro e a sua cara estava coberta de maquilhagem. Levantei-me, depois de me certificar de que John estava recomposto e corri até ela, envolvendo-me no seu abraço – Oh querida! Estava com tantas saudades tuas! – Pelo canto do olho, um pouco atrás da minha mãe, reparei num homem muito bem vestido a conversar com Liam e apercebi-me de que aquele era o meu padrasto. Felizmente, a minha mãe tinha um óptimo gosto no que toca a homens e este não tinha sido excepção: captei-lhe algumas parecenças com o actor brasileiro Rodrigo Santoro, apenas com o cabelo mais claro, mas no que toca ao sorriso e ao charme eram bastante idênticos.

- É mãe, também já tinha saudades suas! – Soltei-me do seu abraço, deixando-a olhar em redor.

- Ai! – Ela olhou para John, que se levantou do sofá e aproximou-se dele, dando-lhe um abraço sem aviso prévio, deixando-o sem jeito – Filha, não me tinha contado que tinhas um namorado tão lindo! – Ela apertou-lhe as bochechas, sorrindo efusivamente – É tão lindo, querida!

- Mãe…

- Sou a Lúcia, muito prazer! – Ela pareceu ignorar a minha chamada de atenção e continuou a agir como se John fosse, realmente, meu namorado.

- Mãe… - Fui até junto deles, procurando um espaço intermédio, para que os dois me pudessem ver – Mãe, o John não é meu namorado. É o meu ex-segurança… Nada de mais! Ele apenas veio aqui a casa despedir-se, não foi John? – Olhei para ele, fazendo-lhe sinal para que compactuasse comigo.

- É verdade!

A minha mãe olhou para os dois em simultâneo, bastante desconfiada em relação a nós. Porque é que será que sempre que desmentíamos este facto havia sempre alguém que não ficava minimamente convencido?

- Oh Maria, que indelicadeza filha! Isso nem parece teu! Convida o teu amigo… - Ela olhou para ele, esperando que ele se apresentasse.

- John…

- John! Convida o teu amigo John para ele ficar para almoçar. Já agora quero conhece-lo! – Preparei-me para reclamar, mas ela não deixou – Está calor aqui, não está? – Afastou-se de nós, despindo o casaco enquanto andava e pendurando-o no cabide.

- Desculpa – Ele olhou para mim, demonstrando toda a sua sinceridade – Eu posso ir-me embora, Maria, a sério.

Abanei a cabeça, desvalorizando a situação.

- Agora já aqui estás – Encolhi os ombros e esbocei um sorriso cordial – Prepara-te para conheceres a maluca da minha mãe.

Ele riu-se, envergonhado.

- Ela é simpática.

- Oh John… - Agarrei-lhe pelo braço e puxei-o, para que fossemos para a sala de jantar – Porque ela disse que tu eras lindo? – A minha mão deslizou pelo seu braço, até encaixar na palma da sua mão. Ao perceber que aquilo poderia ser mal encarado, tentei afasta-la sem dar nas vistas, mas John agarrou-a com força, não me dando qualquer hipótese de manobra.
**

11.35pm
“Para: Mikki
De: Maria
Assunto: Hello honey! Guess what? A minha mãe e o meu irmão estão cá em Nova Iorque e acabei de conhecer o novo namorado dela! Não dá para acreditar, mas ele é da idade do meu irmão. E, como a minha mãe não perdoa, lindo de morrer. Enfim… Agora percebo o que é ter uma família de malucos.
Mudando de assunto, acho que me resolvi com o John! Até me sinto aliviada, sabes? Finalmente estou em paz de espírito em relação a ele. É tudo tão estranho! Ele almoçou connosco, a minha mãe adorou-o e parecia que ele estava realmente a gostar de estar aqui. Não achei que isto fosse acontecer com tanta intensidade, mas eu acho que estou mesmo apaixonada por ele :|
Falamos amanhã. Não posso fazer barulho com as teclas, ele deixou-se de dormir aqui no sofá, mesmo ao meu lado.”
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Aqui vos deixo mais um capítulo, espero que gostem! Em relação ao próximo, não sei quando terei tempo para o postar mas espero ser o mais breve possível. Quero agradecer todos os comentários de apoio e dizer que fico bastante lisonjeada com o vosso apoio. Queria ter tempo para retribuir mas com a escola e o trabalho torna-se realmente difícil. Obrigado a todos.
Maria * 

2 comentários:

  1. quero mais...

    ta fabuloso...

    continua... tou curiosa para ver o proximo...

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  2. Isto está cada vez melhor, Maria!
    Está lindo, lindo...
    ADORO esta história, e a maneira como escreves
    Não me canso de o dizer.
    Espero bem que seja rapidinho, que já me apetece outro *.*
    Beijinho
    Ana Sousa

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